O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, segundo os dados de uma pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), divulgada em dezembro de 2019. De acordo com este levantamento, foram registradas mais de 1 milhão 498 mil cirurgias plásticas estéticas no Brasil em 2018, além de mais de 969 mil procedimentos estéticos não-cirúrgicos.

O procedimento mais procurado pelas brasileiras

O procedimento estético que lidera o ranking dos mais requisitados é a Mamoplastia de Aumento, também conhecida como prótese de silicone. A cirurgia é indicada para pessoas que possuem mamas pequenas, assimétricas ou que desejam realizar uma reconstrução mamária após tratamento oncológico.

O objetivo do procedimento é aumentar o volume dos seios por meio do implante de próteses de silicone, que podem ser aplicadas pelas axilas, por baixo das mamas ou pelas aréolas dos seios. No entanto, apesar da popularidade da Mamoplastia de Aumento, os riscos associados aos implantes de silicone são muito pouco discutidos e merecem atenção.

Saiba quais são as doenças associadas ao silicone

Nos últimos anos, um fenômeno conhecido popularmente como explante começou a surgir com mais frequência, que consiste na remoção das próteses de silicone. As causas da retirada vão além das questões estéticas, envolvendo sintomas físicos e psicológicos relatados pelas pacientes após a cirurgia plástica. Em resposta ao fenômeno, a comunidade médica elaborou pesquisas para avaliar possíveis doenças relacionadas ao silicone a fim de preservar a saúde e bem-estar das pacientes.

O que é a Doença do Silicone?

A Doença do Silicone é um termo usado para descrever um conjunto de sintomas que podem ser desenvolvidos após um implante mamário ou reconstrução das mamas. Este termo é utilizado pela comunidade médica e pelas próprias pacientes, conhecido também como Breast Implant Illness (BIIs) em inglês.

Por se tratar de um quadro descrito recentemente, a associação entre o silicone e o desenvolvimento de sintomas que simulam doenças imunológicas ainda está sendo estudada adequadamente, portanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) não reconhece a Doença do Silicone enquanto uma doença real, por ainda não terem sido identificados exames que comprovem a afecção, distinguindo-a dos demais fatores que podem propiciar o surgimento dos mesmos sintomas, como, por exemplo, o estresse.

Os sintomas variam bastante de acordo com o indivíduo, mas podem incluir:

  • Fadiga crônica;
  • Dores nos músculos e articulações músculos;
  • Dificuldade para se concentrar;
  • Ansiedade;
  • Problemas de memória;
  • Distúrbios do sono;
  • Boca e olhos secos;
  • Dores de cabeça frequentes;
  • Problemas respiratórios;
  • Depressão;
  • Perda de cabelo;
  • Erupções cutâneas e problemas de pele;
  • Alterações gastrointestinais.

Você sabe o que é a Síndrome ASIA?

Apesar do termo doença do silicone ser utilizado para englobar a Síndrome ASIA, os quadros são distintos. A Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes (ASIA) é causada, como o próprio nome já revela, por substâncias adjuvantes, aquelas que podem estimular a resposta imunológica.

A prótese de silicone pode ser entendida como uma dessas substâncias, assim como próteses ortopédicas, preenchedores faciais e demais organismos estranhos ao nosso corpo, desencadeando sua defesa. Desta forma, embora muito raramente, as próteses mamárias podem promover o desenvolvimento de resposta inflamatória ou autoimune em pessoas com predisposição genética.

A Síndrome ASIA se comporta como uma doença autoimune, podendo apresentar sintomas como dores no corpo, perda da memória, fadiga crônica, distúrbios do sono e dores de cabeça. Devido aos sintomas serem comuns a outros quadros, o diagnóstico da ASIA geralmente é complexo, mas estão surgindo cada vez mais estudos sobre a síndrome para facilitar a prevenção, diagnóstico e tratamento.

Converse com seu cirurgião plástico

Ter uma conversa franca com um cirurgião plástico qualificado é indispensável para o sucesso do procedimento e para compreender todos os fatores e riscos que englobam a Mamoplastia de Aumento. Escolha um profissional capacitado, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e tire todas as suas dúvidas na consulta. Cuide da sua autoestima sem afetar a sua saúde física!