Você sabia que, segundo especialistas, apenas 4% a 5% dos pacientes apresentam as características que indicariam a necessidade de realizar a Bichectomia?

O procedimento cirúrgico destinado a diminuir a projeção das bochechas tem se tornado cada vez mais popular com o incentivo das redes sociais e influência de famosos. Mas, paralelamente ao crescimento da cirurgia, os relatos sobre procedimentos malsucedidos também estão aumentando, resultando em deformidades na face e até mesmo paralisia em alguns casos. Para orientar melhor quem procura realizar essa cirurgia plástica, neste ARTIGO vou explicar melhor o motivo dela não ser indicada em qualquer caso.

Vamos entender melhor a Bichectomia

A face apresenta uma anatomia complexa e delicada que exige um estudo detalhado de sua estrutura para dar seguimento em uma cirurgia plástica como a Bichectomia. Entre suas múltiplas estruturas existem diversos compartimentos de gordura que funcionam como uma proteção para o rosto, como é o caso da Bola ou Bolsa de Bichat.

Trata-se de um compartimento que se estende quase que ao longo de toda a superfície lateral do rosto, desde a têmpora até próximo à mandíbula. Por ter uma espessura maior na região das bochechas, pode deixar a face com um aspecto mais arredondado, o que pode incomodar algumas pessoas e levá-las a procurar pela cirurgia.

Mas como funciona a cirurgia plástica?

A Bichectomia é o nome dado para a retirada cirúrgica de parte desse compartimento de gordura com o objetivo de modificar e, principalmente, afinar o contorno facial.

Na teoria, parece bem simples: o profissional faz um pequeno corte por dentro da boca e remove parte da Bola de Bichat. Após o tempo de recuperação, a paciente tem um rosto menos arredondado e com contornos mais definidos. Mas na prática não é tão simples assim!

Saiba quais as precauções necessárias

A região da face em que se localiza a Bola de Bichat é muito vascularizada, possui bastante nervos e a forte presença de canais que possibilitam o trânsito da saliva até a boca, como os ductos parotídeos. O cirurgião plástico deve, fundamentalmente, estar apto a identificar a gordura correta e quantidade ideal a ser retirada para a harmonia do rosto.

É preciso estar atento pois, em casos de extração excessiva ou de remoção de gorduras superficiais, a face do paciente pode apresentar alguma irregularidade ou depressão, sendo necessário inserir um enxerto de gordura de outra parte do corpo para efetuar a correção adequada. Mas vale mencionar que existem muitos outros riscos que precisam ser levados em consideração, razão pela qual o procedimento cirúrgico exige um profissional capacitado e com o devido conhecimento necessário para realizá-lo, além de um ambiente adequado também.

Como já mencionei, é uma parte do rosto com forte presença de nervos. Uma eventual cauterização nervosa poderia gerar paralisia facial por um tempo prolongado, geralmente de três a seis meses até o completo restabelecimento dos movimentos do rosto. Por outro lado, caso ocorra a ruptura de um nervo a paciente pode obter uma paralisia facial permanente.

Também é necessário ter cuidado com os ductos parotídeos e pequenos vasos e artérias, para evitar seu rompimento e possíveis complicações, como o acúmulo de saliva na boca e hematomas faciais. Por isso, sempre procure um profissional capacitado para analisar seu caso individualmente e realizar o procedimento com segurança!

Referências

Bichectomia com segurança: Sociedade Bras. de Cirurgia Plástica elenca os cuidados necessários para esse tipo de cirurgia

http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp-content/uploads/2021/09/05Mai-Bichectomia.docx.pdf

Bichectomia

http://www2.cirurgiaplastica.org.br/cirurgias-e-procedimentos/face/bichectomia/